A ORIGEM DE SALITRE
Salitre, antigo povoado pertencente ao município de Campos Sales, por força do decreto Lei nº. 448, de 20 de dezembro de 1938. A denominação do lugar faz referência a uma velha mina de Salitre existente no sopé da Chapada do Araripe, descoberta por viajantes que faziam a travessia entre o município do Crato, estado do Ceará, para o vizinho estado do Pernambuco. Segundo os moradores mais antigos, a exploração da mina de Salitre, nome dado ai ao nitrato de potássio empregado como oxidante em explosivos, extraiam o minério que utilizavam na fabricação de fogos de artifício.
A formação de ruas em volta da Capela de São Francisco e a crescente pressão popular em torno da questão da autonomia política, fez com que os municipalistas decidissem pela emancipação do distrito, ocorrida em 30 de junho de 1988, tendo sido seu território desmembrado do município de Campos Sales, através da Lei nº. 11.467, então Salitre, tornou-se livre para iniciar sua história independente.
Salitre demarcou suas fronteiras, limitando-se ao norte com Potengi, Campos Sales (Ceará) e com o estado do Piauí, ao sul com Estado do Pernambuco, ao leste com o Araripe e Potengi (Ceará), ao oeste com o Estado do Piauí.
Localizada a sudoeste, tendo uma latitude 7°17’05” e uma longitude de 40°27’26,” com área de 889,82 Km², o que corresponde a 0,81% do território cearense, este município está a uma altitude de 600m e a uma distância da capital do estado Fortaleza de 557 Km.
A divisão político-administrativa mostra que Salitre possui dois distritos Caldeirão e Lagoa dos Crioulos, ambos criados em 1990. De acordo com a regionalização o município está localizado na 18ª (décima oitava) Região Administrativa, na Microrregião de Planejamento Cariri Centro Sul, Chapada do Araripe, na Mesorregião Sul Cearense.
CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS DE SALITRE
Quanto às características ambientais, Salitre possui clima tropical quente semiárido, índice pluviométrico de 852,6 mm, temperatura média de 22° a 24° C, e o período chuvoso ocorre entre os meses de janeiro a abril. O relevo se caracteriza por depressão sertaneja, Chapada do Araripe. O solo é latossolo vermelho-amarelo e podzólico vermelho-amarelo, enquanto a vegetação é de floresta caducifólia espinhosa e carrasco.
O QUE É A CHAPADA DO ARARIPE?
A Chapada do Araripe é um sítio arqueológico localizado na divisa dos estados brasileiros do Ceará, Piauí e Pernambuco. A chapada abriga uma floresta nacional (1946), uma área de proteção ambiental (1997) e um geoparque (2006).
Características - Existem dois tipos principais de solo: latossolo e sedimentar. O primeiro, oriundo do período cretáceo é rico em fósseis. Uma equipe do Museu Nacional já pesquisou o sítio paleontológico e descobriu diversas espécies de dinossauros, tais como o veloceraptor e o Angaturama limai Irritator e Mirischia asymmetrica. Já a bacia sedimentar se caracteriza por formar aquíferos, existem várias fontes de água espalhadas por toda a área da chapada. A vegetação é bastante diversificada, apresentando domínios de cerradão (tipo predominante), caatinga e cerrado. A fauna é rica em aves, mamíferos, répteis e insetos. Na região, foi descoberta uma ave que corre risco de extinção, trata-se do soldadinho-do-araripe.
Interferência Antrópica - Muitas cidades ocupam áreas da chapada, provocando forte impacto no ambiente. Parte considerável da mata original foi desmatada ou destruída por queimadas. O forte potencial econômico da chapada é bastante explorado por indústrias que muitas vezes não tomam o cuidado de zelar pelo desenvolvimento sustentável. As principais riquezas exploradas são as minas de gesso e calcário, além do extrativismo vegetal que explora principalmente pequi, carnaúba, mandioca e frutas.
Referências - 1.Rosiane Limaverde. OS REGISTROS RUPESTRES DA CHAPADA DO ARARIPE, CEARÁ, BRASIL. Fundação Casa Grande-Memorial do Homem Kariri. 2.Amancio Calland Sales Costa; Francisco Idalécio de Freitas; Maria Helena Hessel. ESTUDOS TÉCNICOS CIENTÍFICOS - GEOTOPES DO GEOPARK ARARIPE
A CAATINGA
Muitas vezes confundida com o Cerrado, a Caatinga é um ecossistema típico do nordeste brasileiro. A caatinga constitui uma paisagem bastante peculiar, uma vez que mesmo em região semiárida, ainda apresenta uma fauna e uma flora bastante diversificadas com alto grau de endemismo.
A flora se constitui de espécies xerófitas (formação seca e espinhosa resistente ao fogo e praticamente sem folhas) e caducifólias (que perdem as folhas em determinada época do ano) totalmente adaptadas ao clima seco com predominância de cactáceas e bromeliáceas. O extrato arbóreo apresenta espécies de até 12 metros de altura, o arbustivo, de até 5 metros e o extrato herbáceo apresenta vegetação de até 2 metros de altura. As principais representantes do reino vegetal são: a aroeira, o mandacaru, o juazeiro e a amburana.
A fauna apresenta cerca de 47 espécies de lagartos, sendo 7 de anfibenídeos: espécies de lagartos sem pés. 45 espécies de serpentes, 4 de quelônios (família das tartarugas) e 44 espécies de anuros (sapos e rãs).
O clima na região da caatinga é bastante árido e com precipitação anual em torno de 300 a 800 mm. Na região da caatinga vivem cerca de 20 milhões de brasileiros que convivem com os longos períodos de estiagem e a irregularidade climática.
Pela região passam os rios São Francisco e Parnaíba que percorrem a região da caatinga e recebem a contribuição de diversos afluentes que nascem ali.
Em alguns locais podemos encontrar os chamados brejos, verdadeiros oásis no meio do deserto. Mesmo em épocas de seca intensa, quando a caatinga se assemelha a um deserto, os brejos são locais ricos em nutrientes e bastantes propícios ao cultivo e à subsistência de variadas espécies animais. Mas, devido ao crescimento populacional na região nordeste do país e ao fato de estar bastante próxima ao litoral, a caatinga já foi muito modificado pelo homem.
Presente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, sul e leste do Piauí e norte de Minas Gerais, é também a região que apresenta as localidades com menor concentração de renda do país, o que de certa forma, contribui para a degradação ambiental, à medida que praticamente não há planejamento ou fiscalização ambiental.
Referência - www.ibama.gov.br